Na segunda fase do “Século das Mulheres”, as participantes da primeira fase foram convidadas a apresentar propostas para o desenvolvimento de diversas atividades relacionadas com as três principais áreas do projeto:
Desenvolver novos papéis para mulheres e homens
Tornar as mulheres visíveis em suas diferentes habilidades e conquistas
O jornalismo e seu papel na denúncia da violência contra as mulheres
"Preparando a Sopa", uma série de diálogos cotidianos
Direção: Malu Valerio (Venezuela)
Participação: Bianca Bernardo e Keyna Eleison (ambas do Brasil), Claudia Casarino e Bettina Brizuela (ambas do Paraguai) e Virginia Aillon (Bolívia)
"Hacer la Sopa" consiste em uma série de diálogos diários conduzidos pelas participantes em forma de um laboratório aberto, com três focos principais: distribuição equilibrada de tarefas, visibilização e reforço de informações sobre violência contra meninas e mulheres na região.
Através da elaboração de diários compartilhados em plataformas digitais, foi promovido um diálogo sobre os processos criativos de cada pessoa, as similaridades e também a troca com convidados sugeridos por cada participante. A publicação dos registros desses diários será apresentada no Fórum em La Paz.
Oficina: Chave para Construir um Cenário de Mídia Sensível ao Gênero Facilitação: Ariadna Garcia (Venezuela) e Agustina Paz Frontera (Argentina)
Diante da escalada da violência contra mulheres e meninas na América Latina, e do papel da mídia em alcançar o público de maneira responsável, esta oficina foi realizada como uma oportunidade de desenvolvimento profissional focada na abordagem jornalística a partir das perspectivas de gênero e direitos humanos, destinada àquelas que desejavam aprofundar seus conhecimentos e adquirir ferramentas adequadas para uma cobertura responsável de qualquer tema.
O objetivo da oficina foi contribuir para a comunicação em conformidade com os paradigmas atuais de direitos humanos e oferecer instrumentos para a cobertura e produção de conteúdo a partir de uma perspectiva feminista.
Responsáveis: Claudia Casarino (Paraguai), Bianca Bernardo, Keyna Eleison (ambas do Brasil) e Claudia Coca (Peru)
A falta de visibilidade das mulheres na história da arte também é uma forma de violência, originada de um sistema patriarcal dentro da arte. Para romper com isso, o Laboratório Portunholas teve como objetivo discutir questões feministas e de representação a partir de uma perspectiva Sul-Sul, reunindo artistas de diferentes países com diferentes raízes culturais e nacionalidades. Nesse sentido, o laboratório também buscou encontrar caminhos para escapar do binarismo que promove uma identidade de gênero específica. As quatro curadoras convidaram doze artistas de Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil, Argentina e Peru. O laboratório ocorreu através de encontros online ao longo de 12 semanas.
O projeto "Estratégias Interdisciplinares para tornar visível a Precariedade do Trabalho Doméstico e da Vida Social das Mulheres" foi elaborado por Malu Valerio, Yola Mamani, Sonja Eismann e o Colectivo LASTESIS.
Os méritos das mulheres na política, sociedade e cultura são numerosos, mas frequentemente passam despercebidos. Esses méritos precisam ser tornados visíveis em todos os países da região. O objetivo desta iniciativa, portanto, foi destacar diversos temas relacionados ao trabalho doméstico, ao espaço público, às relações entre Estado e feminismo, entre outros, a fim de problematizá-los nos diversos contextos e territórios onde as participantes do projeto estão inseridas. Para isso, cada encontro abordou aspectos políticos, sociais e históricos de acordo com as experiências bolivianas, venezuelanas, alemãs e chilenas, e terminou com propostas ou ações práticas relacionadas às necessidades identificadas pelo grupo com base no tema.
Essas práticas artísticas estão ligadas às técnicas e profissões dos membros individuais e representam diversas ações no espaço público para tornar visível a precariedade do trabalho doméstico e da vida social das mulheres.
Os resultados foram apresentados como uma exposição com fotos e vídeos no Fórum em La Paz.
Diante da justiça patriarcal e da memória feminista, nos meses de outubro e novembro de 2021, como parte do "SÉCULO DAS MULHERES", iniciamos um processo de escuta e diálogo para identificar as concepções que inflamam nossos feminismos quando falamos sobre leis, direitos, juízes, sentenças, condenações e impunidade.
Durante esses meses, convidamos ativistas de sete países sul-americanos para discutir e refletir, a partir de uma perspectiva transterritorial, sobre suas experiências no acesso à justiça e na luta contra a violência de gênero.
Além dos encontros e conversas, criamos neste período um espaço (memoriafeminista.org) para sistematizar sentenças judiciais como instrumentos "jurídicos" e "culturais" e tornar visível seu papel na manutenção de significados comuns, na produção e reprodução social da violência. Esses esforços e espaços de reflexão contribuem para os debates atuais em nossa região sobre a necessidade de reforma judiciária com uma perspectiva feminista.
Ao mesmo tempo, pensamos em um espaço específico voltado para a construção de uma memória coletiva que permitirá outros formatos de expressão. O objetivo dessa busca é criar as condições necessárias para recuperar as vozes silenciadas daquelas mulheres que foram transformadas em vítimas sem a possibilidade de se expressar.
DOCUMENTÁRIOS - BOLIVIEN | CHILE | KOLUMBIEN | PERU
Direção: Nina Uma (Bolívia), Lucia Gonzalez e Gisela Zarate (Colômbia/Alemanha), Clara Best (Peru) e Nosotras Audiovisuales (Chile)
Todos os quatro filmes proporcionam visibilidade a artistas mulheres de áreas rurais que não foram consideradas como artistas devido ao sistema de arte ou aos compromissos que têm em suas comunidades. Para alcançar isso em nível regional e com base em uma ideia original de Elvira Espejo, Nina Uma apresentou uma proposta para abordar o tema na Bolívia, Lucia Gonzalez na Colômbia, Clara Best no Peru e Nosotras Audiovisuales no Chile. Cada uma delas refletiu sobre como enfrentar esse desafio em seu país, e assim apresentamos quatro visões diferentes que tornam visíveis as mulheres que praticam diversas formas de arte nesses países. A estreia se deu em 7 de março de 2022, às 19h, na Cinemateca Boliviana.