Exposição e Feira Porto Alegre hipotética

Exposição e feira

Diante das enchentes históricas de maio deste ano na capital e em quase todo o estado do Rio Grande do Sul e do agravamento da crise climática nos últimos anos, o Goethe-Institut Porto Alegre, em cooperação com a editora hipotética, realizou uma chamada para uma exposição coletiva em sua galeria. Artistas desenvolveram trabalhos a partir da ideia de uma Porto Alegre que não existe, mas que gostariam que existisse, uma cidade em que cabem sonhos reais e imaginários, individuais e coletivos. Uma Porto Alegre possível ou utópica, conforme a imaginação e a poética de cada artista.

Foram selecionados 15 trabalhos para a mostra coletiva, sendo que cada artista selecionada(o) está recebendo um auxílio financeiro do Goethe-Institut Porto Alegre em contrapartida pela participação da obra na exposição. O valor total da ajuda de custo direcionada para a mostra é de R$ 20 mil reais, sendo que esse valor é dividido igualmente entre as/os artistas selecionadas(os) na chamada.

A exposição coletiva “Porto Alegre Hipotética” será inaugurada no sábado, 28 de setembro de 2024, acompanhada de uma extensa programação com artistas e instituições da cena cultural local que foram afetadas pelas enchentes de maio de 2024. Das 10 às 21 horas, o edifício do Goethe-Institut Porto Alegre (Rua 24 de Outubro, 112, bairro Moinhos de Vento) acolherá projeção de filme, debate literário, espetáculos de música e teatro, entre outros. Além disso, haverá uma feira de artes gráficas no saguão e na biblioteca do prédio do Goethe-Institut Porto Alegre (também no jardim, se o tempo estiver bom), com artistas afetadas/os pelas inundações, que poderão colocar as suas obras à venda e receber assim algum apoio financeiro após os danos ocorridos no início de maio.

Entrada gratuita!
 

ARTISTAS SELECIONADOS/AS NA CHAMADA “PORTO ALEGRE HIPOTÉTICA”

  • Alexandre De Nadal
  • Ali do Espírito Santo
  • anaiáiá
  • Ana Paula Bertoldi
  • Andressa Ahlert
  • Anelise De Carli e Camila Proto
  • Denny Chang
  • Eulália Manual
  • Fabiano Gummo e Marcelo Armani
  • João Salazar
  • Lael Peters
  • Raquel Brust
  • Santiago Pooter
  • Tali Grass
  • Wagner Mello

EXPOSITORES DA FEIRA “PORTO ALEGRE HIPOTÉTICA”

  • Brasa Editora
  • Diego Gerlach
  • editora hipotética
  • Editora Libretos
  • Fabio Zimbres
  • Grazi Fonseca
  • Júlia Albertin
  • Kézia Trentini
  • Mesa solidária ComicCon RS
  • Museu do Trabalho
  • Oikos Editora
  • Talita Grass
  • Wagner Mello, Mitti Mendonça e Estúdio Mar Edições

OUTRAS ATRAÇÕES:

The Union Gastronomia
CAFÉ DO GOETHE-INSTITUT
O famoso café do instituto reabre as portas especialmente para a feira “Porto Alegre hipotética”. O serviço fica por conta do chef Sérgio Luís Meirelles Gonçalves e sua esposa Márcia Beatriz Nunes. Durante as enchentes e nos meses seguintes, Meirelles Gonçalves e sua equipe ajudaram a servir quase mil refeições por dia no Centro Humanitário de Acolhimento “Recomeço”, na cidade de Canoas (RS), gerido pela Agência da ONU para as Migrações.

Sola Craft Bar
VENDA DE CERVEJAS ARTESANAIS
Uma das mais antigas zonas industriais de Porto Alegre, o 4° distrito já abrigou muitas empresas e foi a casa de muitos trabalhadores. Hoje, é considerado um polo de criatividade e empreendedorismo, mas a história da classe operária é o que encanta o Sola Craft Bar, que surgiu para ser um bar feito por trabalhadores e para trabalhadores. Localizado no bairro Floresta, foi inundado em maio de 2024. Na feira “Porto Alegre hipotética”, estará presente vendendo cervejas artesanais feitas por cervejarias parceiras.

Caixa do Elefante
ENTRADA DO PRÉDIO
Mário de Ballentti é um renomado bonequeiro e marionetista brasileiro, conhecido por seu trabalho inovador no teatro de bonecos, criando espetáculos que encantam tanto crianças quanto adultos. Ele é um dos fundadores da companhia Caixa do Elefante Teatro de Bonecos, que tem sede em Porto Alegre, no bairro Floresta, região severamente alagada pelas enchentes de maio de 2024. Na feira “Porto Alegre hipotética”, a Caixa do Elefante estará presente com o boneco Abelardo, que anunciará as atrações do evento.

PROGRAMAÇÃO

10h15 | Auditório | Sessão do cineclube do Clube de Cinema de Porto Alegre, em parceria com a Cinemateca Paulo Amorim
Exibição do documentário “Mirante” de Rodrigo John Seguida de conversa com Leonardo Brawl Márquez, um dos diretores da Translab.Urb, que pensa programas de inovação social e urbanismo para as grandes cidades.
Mediação de Paulo Daisson Gregório Casa Nova, presidente do Clube de Cinema de Porto Alegre, e Mônica Kanitz, curadora da Cinemateca Paulo Amorim.

Sinopse: A jornada de um homem que desenvolve o hábito singular de observar e admirar pessoas desconhecidas nas ruas do centro de Porto Alegre. Através da janela de sua casa, ele captura momentos corriqueiros que encapsulam a essência da vida urbana. O filme se desenrola ao longo de uma década registrando transformações políticas significativas e reabrindo feridas sociais em meio à virada política.Classificação indicativa: 14 anos.


12h30 | Auditório | Espetáculo “Memórias” [projeto selecionado no Edital Extraordinário de ocupação da Biblioteca do Goethe-Institut Porto Alegre]
Inspirado no clássico literário “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a montagem “Memórias” surge após os desafios enfrentados durante a recente enchente que assolou a região. Retomando o processo criativo interrompido, a equipe de produção reorganizou as ideias e desenvolveu o espetáculo, que traz uma nova perspectiva sobre a obra de Machado de Assis, entrelaçando elementos contemporâneos e reflexões sobre a crise climática. Dirigido por Lizandra Ayello, que também assina a produção técnica, e estrelado por José Renato Lopes, “Memórias” busca ressignificar as experiências vividas durante a enchente, transformando o que foi enfrentado em arte e reflexão. Ambos os artistas foram diretamente impactados pela crise e incorporaram esses elementos na concepção da peça. Além da leitura encenada, o evento contará com um bate-papo com o público, permitindo uma troca de ideias sobre a adaptação da obra e suas conexões com os eventos climáticos recentes.


13h15 | Auditório | “SOUL 51” - “E Depois da Água?” Poesias e canções no período das enchentes por Léo Monassa e Vitor Goiz [projeto selecionado no Edital Extraordinário de ocupação da Biblioteca do Goethe-Institut Porto Alegre]
Em meio ao caos das enchentes no RS, os artistas Leo Monassa e Vitor Goiz, crias da zona leste da Capital, encontraram na poesia e na canção um espaço de vazão de seus anseios e questionamentos sobre os atuais acontecimentos, resultando na construção de um álbum colaborativo de quatro faixas autorais dos artistas, com pré-produção do Estúdio Hermes e produção fonográfica em parceria com Estúdio Dreher, ambos localizados no bairro Bom Jesus, periferia de Porto Alegre. O projeto “E depois da água?” convida o público a experienciar o processo de escrita e composição de canções destes artistas sobre a temática da maior tragédia climática da história do RS, onde apresentarão em formato de espetáculo as quatro canções do álbum “SOUL 51”, abordando reflexões sobre arte, meio ambiente e o papel da cultura digital como ferramenta de registro histórico e cultural.

Produção executiva de Helena Weber | Produção musical, músico e compositor: Léo Monassa | Músicos compositor: Vitor Goiz | Músicos: João Vitor Rosa e Gian Becker | Fotografias por Betina Lima | Produção: Estúdio Hermes


14h | Galeria | Abertura oficial da exposição PORTO ALEGRE HIPOTÉTICA


14h15 | Galeria | Performance audiovisual “Como Sonhou Mano Tesla” [obra selecionada na chamada Porto Alegre hipotética]
O duo Human Feedback formado pelos artistas Fabiano Gummo e Marcelo Armani criou para a chamada “Porto Alegre hipotética” uma performance inédita intitulada “Como Sonhou Mano Tesla”, em que os artistas utilizam interfaces digitais e softwares específicos para editar e manipular em tempo real camadas visuais e sonoras cujo resultado é projetado no ambiente que recebe a performance. A narrativa visual consiste em inserir personagens fictícios desenhados previamente pelo artista visual Fabiano Gummo, que interagem com o real ao penetrar as camadas de imagens e vídeos captados de lugares reais da cidade. Essas personagens seguem a poética e a estética da linguagem e da psicologia do traço presente no universo do HQ underground. Usando de efeitos, recortes e sobreposições, essas personagens, quase que animadas, percorrem planos e locais de uma cidade real, produzindo nesse trânsito o roteiro que conflitua e equilibra planos de ficção e de realidade num traçado que lança imagens distorcidas, loops, reflexos e inversões. O som dessas camadas também flerta com a poética do improviso sobre o terreno da eletroacústica. São esculturas de sons e silêncios. Massas compostas pelo artista sonoro Marcelo Armani com o uso de sintetizador analógico, samplers de paisagens sonoras e captações que, da mesma maneira que Fabiano Gummo, são manipuladas e editadas em tempo real.


15h | Auditório | Conversa literária: Julia Dantas, Irka Barrios e Guto Leite
Que cidade podemos imaginar depois de viver o inimaginável? Duas escritoras e um escritor que viram suas casas serem tomadas pela água das enchentes de maio tentam colocar em palavras o trauma da destruição enquanto buscam modos de repensar a cidade. Com a palavra escrita como ferramenta, Guto Leite, Irka Barrios e Julia Dantas se perguntam qual o papel da literatura diante da catástrofe climática e quais as interseções entre os trabalhos de escrita e o trabalho da cidadania.


16h15 | Espaço externo e saguão | Esquetes “Territórios do Riso”
O projeto Territórios do Riso é um curso de palhaçaria ministrado pelos artistas e professores Gabriel Guimard, Cláudia Sachs e Nora Prado. De junho a agosto de 2024, o curso foi ministrado no Goethe-Institut Porto Alegre, devido à impossibilidade de uso do espaço orginalmente pensado para isso, o teatro do Museu do Trabalho, severamente afetado pelas enchentes de maio 2024.


17h | Escadas em frente ao prédio | Performance "Eu protejo a humanidade, a humanidade me protege"

A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 e durante mais de quatro décadas construiu uma trajetória que marcou definitivamente a paisagem cultural do Brasil. Com a iniciativa de subverter a estrutura das salas de espetáculos e o ímpeto de levar o teatro para a rua, abriu novas perspectivas na tradicional performance cênica do sul do país.
 
Durante as enchentes de maio de 2024, a sede localizada no bairro São Geraldo foi severamente afetada. Não só o espaço ficou impossibilitado para uso, também equipamentos e material cênico foram perdidos. Apesar dos danos, o grupo focou os esforços no auxílio aos desabrigados e, desde então, vem buscando retomar as atividades com performances esporádicas. Desde julho, a Terreira da Tribo ocupa provisoriamente o Goethe-Institut Porto Alegre todas as tardes durante a semana, onde oferece sua respeitada oficina para formação de atores.


18h | Galeria | Pocket show Marcelo Delacroix
O cantor e compositor Marcelo Delacroix estará na programação da exposição coletiva “Porto Alegre hipotética”, com um pocket show de voz e violão, apresentando uma seleção especial dos seus discos “Marcelo Delacroix” (2000), “Depois do Raio” (2006), “Canciones Cruzadas” (2013) e “Tresavento” (2019). Entre as músicas estão “Milonga Moura” (com Jerônimo Jardim), “História de nós dois” e “Tresavento” (com Leandro Maia), “Cantiga de Eira” (Barbosa Lessa) e “Fio de Ar” (sobre poema de Mar Becker), além de uma homenagem especial à artista Anico Herskovits, que ilustrou a capa e encarte de seu disco “Depois do Raio” com xilogravuras inspiradas nas músicas “Depois do Raio” (em parceria com Arnaldo Antunes) e “Chove sobre a cidade” (com Ronald Augusto). Assim como os artistas da feira “Porto Alegre hipotética”, Marcelo também foi afetado pela enchente, tendo sido desalojado com os grupos Sol de Si, que ensaiava no teatro do Museu do Trabalho, e o grupo Cantoria, que ensaiava na Casa de Cultura Mario Quintana, ambos locais alagados. O grupo Cantoria, que reúne cerca de 20 cantoras e cantores, é mais um dos grupos acolhidos pelo Goethe-Institut Porto Alegre, e desde maio está ensaiando no auditório, onde prepara uma apresentação gratuita para o final desse ano.


19h30 | Auditório | Show de encerramento Pâmela Amaro + Lucas Kinoshita
Músicos diretamente atingidos pelas enchentes de maio, Pâmela Amaro e Lucas Kinoshita realizam uma performance conjunta, variando instrumentos harmônicos e de percussão e centrada na canção autoral de cada um: ela com repertório do disco “Samba Às Avessas”, ele com canções inéditas, e ambos a partir de suas pesquisas sobre percussão afro gaúcha, trazendo para o palco elementos como o sopapo. Produção de OCorre Lab.
 

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