“É divertido experimentar coisas novas. Aquilo que aprendo num curso de aperfeiçoamento, eu tento utilizar nas minhas aulas, via de regra modificando um pouco, adaptando à situação, à classe e ao tema. Gosto de fazer experiências, nem sempre dá certo... Não precisa ser um projeto muito grande, são experiências pequenas, mas mesmo assim significativas.”
Monica Acler, professor/a da Itália
1. O que são projetos de exploração da prática de ensino?
É quando o/a professor/a quer expandir sua competência de ensino e testar novas idéias em aula, que projetos de exploração da prática de ensino podem ser úteis. O ponto de partida é escolher um questionamento didático importante e que se quer analisar nas próprias aulas. Cada vez mais professores/as aprendem, nos cursos de aperfeiçoamento, a realizar projetos de exploração da prática de ensino (PEP=Praxiserkundungsprojekt), testando, dessa maneira, nos seus contextos específicos, o que aprenderam no curso de aperfeiçoamento. Projetos de exploração da prática de ensino são, portanto, instrumentos de aperfeiçoamento permanente para professoras/es em que estes/as, sendo experts dentro do seu próprio contexto de ensino, são os agentes de alterações positivas.
2. Exemplo de projeto de exploração da prática de ensino
Os/as alunos/as fazem um resumo do seu trabalho com uma obra literária, transformando-o num programa de notícias
O que acontece, por exemplo, quando alunos/as transformam, eles/as mesmos/as, um trabalho intensivo de leitura (foi lido e trabalhado em aula o romance “Momo” de Michael Ende), resumindo-o num vídeo do tipo “Noticiário em 100 segundos” e o apresentam na classe? Era isso que Monica Acler e duas colegas queriam descobrir, e usaram como experiência para trabalho de grupo com seus alunos do nível B1+, no 12º. ano de um colégio. Com este projeto de exploração de prática de ensino, elas observaram os seguintes aspectos:
- o que os/as alunos/as retiveram da leitura e como eles representariam o que aprenderam num tipo de texto “Noticiário em 100 segundos”
- e a transformação do conteúdo em um vídeo no smartfone seria percebida pelos/as alunos/as como um desafio para a criatividade e aumentaria a motivação deles para trabalhar em grupo nessa atividade
- como os/as alunos/as iriam avaliar esta forma de atividade, que até então eles desconheciam (questionário para os/as alunos/as)
Monica Acler e as colegas trabalharam a atividades cada um/a na sua própria classe, analisaram os vídeos que os/as alunos/as fizeram, tendo em vista os objetivos propostos, observaram detalhadamente os trabalhos em grupo e questionaram os/as alunos/as depois da apresentação dos vídeos. Por fim, compararam suas experiências com o projeto.
Projetos de exploração da prática nem sempre precisam ser documentados extensivamente ou ser discutidos com colegas. Mas é importante que o questionamento que dá origem ao projeto seja relevante e o mais concreto possível, para que se possa observar o efeito de um novo material ou de um novo modo de agir durante as aulas. Se – como neste caso de Monica Acler e suas colegas – o professor/a fica agradavelmente surpreso porque observou exatamente os aspectos positivos que esperava, isto provavelmente é motivo para escolher com mais frequência uma atividade totalmente inesperada e incluir nas aulas a competência digital dos/as alunos/as. Projetos de exploração da prática não precisam ser custosos.
Monica Acler, que já levou a cabo diversos destes projetos, escreve:
Nos projetos de exploração da prática que realizei, eu aprendi a organizar minhas aulas mais objetivamente, e principalmente deixar claro para os meus alunos o que alcançaram.
3. Treinar como fazer um projeto de experiência da prática de ensino
Se você ficou interessado/a em como desenvolver um projeto desses, veja o material que apresentamos a seguir, eventualmente junto com um/a colega: o tema é como treinar falar espontaneamente nas aulas de alemão. Acompanhe os passos e faça os exercícios.
4. Mais material para ouvir
O anglicista e pesquisador de ensino professor/a Michael Legutke explica numa entrevista, porque os projetos de exploração da prática são tão eficazes: os/as professores/as são quem melhor pode aperfeiçoar suas aulas, argumenta Legutke, pois são os experts naquilo que fazem, e são quem pode avaliar o que é mais eficiente para o aprendizado. É por este motivo que os cursos de aperfeiçoamento sempre partem do ensino prático, e o objetivo é encorajar os/as professores/as a experimentar e avaliar na prática, no seu próprio contexto, as coisas novas que aprenderam.