Lançamento do livro de Josephine Apraku e bate-papo
Em novembro, o Brasil receberá a primeira edição traduzida para o português de uma obra de Josephine Apraku. "Hiato e Amor: porque as relações sociais nos separam e como nos re/encontramos" (
Kluft und Liebe: Warum soziale Ungleichheit uns in Liebesbeziehungen trennt und wie wir zueinanderfinden) traz ao público brasileiro uma rara perspectiva da literatura afrodiaspórica de expressão alemã.
O livro, traduzido por Jess Oliveira e Raquel Alves, com o apoio do Goethe-Institut e publicado pela Editora Malê, será lançado em eventos em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. As sessões contarão com bate-papos e discussões que abordam temas como racismo institucional, desigualdade e os desafios das relações contemporâneas. Josephine participa também da
Flup – Festa Literária das Periferias.
RIO DE JANEIRO
12/11 às 19h
Bate-papo com Josephine Apraku e Renato Noguera
Mediação: Vagner Amaro
Local: Janela Livraria, Shopping da Gávea (Rua Marquês de São Vicente, 52 - 3° piso)
Os eventos contarão com tradução consecutiva para o público brasileiro, ampliando a acessibilidade da obra e permitindo um intercâmbio cultural.
A turnê, que nasceu da conexão de Josephine Apraku com o público brasileiro e de uma parceria com o Goethe-Institut, visa não só apresentar "Hiato e Amor", mas também criar um espaço de discussão sobre temas urgentes relacionados a identidade, racismo e subjetividade.
A tradução de "Hiato e Amor" se insere num contexto de crescimento da literatura de autoria negra na Alemanha, onde obras como
1000 Serpentinen Angst, de Olivia Wenzel;
Adas Raum, de Sharon Dodua Otoo; e
Brüder, de Jackie Thomae, têm atraído amplo reconhecimento. As atenções se voltaram para as obras especialmente após os protestos do
Black Lives Matter, em 2020, trazendo à tona discussões sobre o racismo estrutural na sociedade alemã. No entanto, o público brasileiro ainda tem pouco acesso à literatura de autoria negra da Alemanha, e a chegada de "Hiato e Amor" marca um importante passo para preencher essa lacuna.
PARTICIPANTES
Josephine Apraku é pesquisadore em Estudos Africanos e especialista em educação antirracista interseccional. Entre as atividades acadêmicas, destaca-se sua atuação na Alice Salomon University of Applied Sciences e na Humboldt Universität em Berlim. Além de colunista de revistas como
Missy Magazine e
Berliner Tagesspiegel, Apraku se dedica a escrever sobre como a opressão e a exclusão social afetam os relacionamentos mais íntimos.
Renato Noguera é professor de Filosofia do Departamento de Educação e Sociedade e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Atua como Pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (LEAFRO) e do Laboratório Práxis Filosófica de Análise e Produção de Recursos Didáticos e Paradidáticos para o Ensino de Filosofia da UFRRJ. Suas investigações se concentram em: Ensino de Filosofia e os conteúdos obrigatórios de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena; Ética, Política e Subjetividade, tratando especificamente de racismo, biopoder, devir negro e diferença, nas filosofias de Foucault e Deleuze; e Literatura, Musicalização e Relações Étnico-raciais na Educação Infantil e do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental.
Entre outros, Renato escreveu os seguintes livros: „Por que amamos: O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor“, „Mulheres e deusas: Como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual“, "O Ensino de Filosofia e a Lei 10639" e "Nana e Nilo: que jogo é esse?“.
Vagner Amaro é editor e escritor. Mestre em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Publicou »Eles: contos« (2018), »Mandisa e a vovó Alegria« (2021) e »Os dias em que não te vi: poesia« (2022), »Deixe que eu sinta teu corpo: contos« (2024). Organizou diversas publicações, com destaque para »Olhos de azeviche: dez escritoras negras que estão renovando a literatura brasileira« (2019); »Machado de Assis: contos e crônicas« (2020) e »Do Índico e do Atlântico: contos brasileiros e moçambicanos« (2021).
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